Nossa sociedade perdeu. As Emílias venceram. (opinião)
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6/9/20251 min read


Segundo dados do IBGE, em 2023 quase 600 mil crianças de 0 a 4 anos viviam em lares com fome. Estamos falando em desnutrição, saúde precária, desenvolvimento motor e cognitivo e dificuldades, claro, para aquelas que conseguem chegar a uma escola. Basta dar uma volta na sua cidade e ver nos sinais (semáforos), a multidão de crianças pedintes, e muitas vezes até alugadas de mães, na espera de uma esmola. Portanto, esses dados do IBGE crescem cinco vezes mais. Como se não bastassem tantos problemas, o fato de alguém ter uma simples boneca, algo que sempre foi inofensivo e deveria continuar assim, traz um turbilhão pra cima da sociedade. Falamos do já intragável ‘bebê reborn’.
Preste atenção nas manchetes dessas últimas duas semanas em sites e jornais: “Após acidente, homem chora a ‘morte’ de filha, uma bebê reborn”. “Mulher leva para posto de saúde bebê reborn para ser atendido”, como se aqueles profissionais da saúde não tivessem o que fazer. Ainda é bom lembrar de uma figura que entrou, inclusive, na Justiça do Trabalho (já abarrotada de processos) pra pedir licença maternidade para uma boneca. Sobre a cena grotesca relatada no início desse comentário, e que foi absurdamente documentada em fotos (poupamos vocês dessa imagem dantesca), aconteceu em Terezina (PI). A mais recente notícia sobre esse assunto vem de Belo Horizonte: um homem de 36 anos agrediu um neném de quatro meses, acreditando se tratar de um "bebê reborn".
Melhor nem falar em batizados... Realmente o absurdo está na moda. Moda cara para os brasileiros comuns e que têm mais o que fazer. E caríssima àquelas crianças que sofrem num país sem perspectiva de um futuro melhor, que convivem sem educação básica, saúde precária e em ambientes impróprios para a vida, onde nem saneamento básico existe. Ao menos a boneca Emília da obra de Lobato era apenas uma ficção. Opinião: Portal A Bahia Fala
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