Carro elétrico
COLUNISTAMAURÍCIO SOARES
6/3/20253 min read




Pois é, meus viciados em velocidade e tecnologia. Em um país onde o saneamento básico - um direito constitucional, que abrange o abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana e manejo de resíduos sólidos - não chega para todos, como implantar a infra para os carros elétricos? Só para que vocês tenham uma ideia, apenas 56% da população é atendida pelas redes de coleta de esgoto e, desses, apenas 46% são tratados.
Aí fica uma pergunta: como em um país, com uma baixíssima infraestrutura basal, pode eletrificar sua frota automotiva?
O carro elétrico não morre mais. Desde o primeiro surgimento de um carro elétrico, no século XIX, ainda antes da invenção do motor de combustão a gasolina, por Daimler e Benz em 1885 – o carro movido a bateria tenta emplacar sua existência. A “culpa” disso? Os chineses! Muitos são os motivos justificados pela opção da eletrificação, o principal, inverídico, que seria melhor para o meio ambiente. É melhor para o meio ambiente quando olhamos o produto final, mas se prestar atenção em todo o processo produtivo, esse argumento cai por terra. A verdade é que a China rege as regras de consumo mundo afora e, para eles, os inteligentes chineses, a eletrificação é vital. Recentemente, a China descobriu uma mina do elemento químico metálico, tório (Th), um mineral de terras raras, que pode eletrificar todo o país por 60 milhões de anos. Ou seja, até o fim dos tempos. Loucura, né?
Seriam necessários ao menos dez artigos para tentar explicar o carro elétrico. Porém, vou tentar sintetizar o assunto aqui para nossa "Terra Tupiniquim":
*Carro elétrico de luxo, exemplificando com o Porsche Taycan, carro maravilhoso em todos os sentidos, carro de mais de um milhão de reais, 0km, que quando seminovo - só procurar nos sites especializados - não acha comprador mesmo sendo anunciado por 500k. A explicação é pelo simples fato da frustração dos seus proprietários, que na hora de viajar com sua família não tem onde carregar em nossas estradas, tendo que usar o segundo carro da casa, normalmente um mais simples;
*Eletricidade, apesar de ser menos caro que os combustíveis tradicionais, custa dinheiro. Você terá, sim, custo para carregar o carro;
*Preço elevado dos veículos. Mesmo com a chegada dos chineses, o carro elétrico ainda é muito caro no Brasil;
*Falta de infraestrutura, especialmente para os moradores de conjuntos habitacionais populosos antigos, onde sequer foram projetados para ter cabos de internet, quanto mais pontos de recarga de veículos elétricos.
*Vida útil da bateria, apesar de uma média de vida útil de 8 anos, isso vai variar dependendo do cuidado em uso do seu proprietário. A troca de um conjunto de baterias pode custar mais de 50k, piorando ainda mais a revenda desses veículos, tendo como exemplo o Porsche Taycan acima. Então, você compraria um elétrico seminovo?
*Onde e como descartar as baterias obsoletas?
Em resumo, o elétrico tá ai e ficará. Porém, na opinião desse colunista, o mercado nos próximos anos estará com 50% de híbridos, 25% de elétricos e 25% a combustão. Mas e aí, vale a pena? Sim, se você optar pelos modelos de entrada, mora em casa com oferta de energia solar, roda mais de 1000km por mês e pretende ficar com o carro ao menos cinco anos, vale... Mas só assim!
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